Quando você percebe que está sonhando... e o sonho percebe você.
Imagine que, no meio de um sonho, você para, olha ao redor e diz: “Espera... isso aqui não é real.” Parabéns, você desbloqueou o sonho lúcido — esse curioso glitch da mente em que a consciência acorda antes do corpo, mas continua dormindo de propósito só pra se divertir com o caos.
No começo, é mágico. Você voa. Muda o cenário com um estalar de dedos. Chama alguém que já morreu só pra conversar mais uma vez. O mundo onírico vira um parquinho particular, onde tudo obedece sua vontade.
Mas aí, vem a pergunta: e se o sonho não quiser obedecer? E se ele começar a agir por conta própria, como se tivesse... vontade?
O sonho lúcido é fascinante porque coloca o sonhador em posição de criador. Mas às vezes, as criações desenvolvem personalidade própria. Às vezes, os personagens olham diretamente para você e dizem: “Você não devia estar aqui.” E às vezes, voar não resolve — porque o céu também está preso com você.
Para quem escreve terror, é um ouro puro. Um personagem que domina os próprios sonhos pode descobrir, tarde demais, que está sonhando dentro do sonho de outra coisa. E o despertar... talvez nunca venha.
Porque o único jeito de sair é acordar. E o sonho sabe disso.