Spoiler onírico que ninguém pediu.
Você está vivendo sua vidinha tranquila quando, de repente, o tempo tropeça. Alguém diz uma frase. A luz bate de um jeito estranho. Você gira a cabeça. E então, sabe. Não pensa, não desconfia — sabe: “Eu sonhei com isso.
Mas não um “sonho qualquer”. Foi esse momento. Essa cena. Essa pausa ridícula no diálogo em que o vento balança a cortina como se fosse um sinal de fumaça. E é aí que começa a paranoia.
Você experimentou o déjà-rêvé — o primo esquisito do déjà-vu. Em vez de sentir que já viveu algo, você sente que já sonhou com aquilo. E o cérebro, essa entidade cheia de senso de humor duvidoso, jura que é verdade. Não há como provar.
Só aceitar que você é um oráculo dorminhoco.
A ciência tenta explicar com circuitos de memória, falhas de recuperação, e toda aquela conversa mole que usamos quando não temos ideia do que está acontecendo. Mas quem escreve contos sabe: o déjà-rêvé é presságio disfarçado. É quando o sonho escapou do inconsciente e caiu no palco errado — a vida real.
Imagine um personagem que começa a sonhar com detalhes minúsculos do futuro. Nada espetacular: uma xícara quebrando, uma música tocando, uma morte acontecendo com o som exato de um riso. Ele tenta ignorar. Depois tenta controlar. Mas os sonhos continuam. E o que era só uma sensação vira maldição.
O déjà-rêvé é o trailer do destino. O problema é que ninguém te avisou que o final já está escrito.