Post Scriptum Izanagui
Já morri em romance, ressuscitei nos contos — sigo em poemas inacabados.
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Meu Diário
16/06/2025 03h00
Fatos verídicos #001: As correntes da casa de Nadir

Minha mãe foi dormir na casa da amiga Nadir.

Terceiro andar. Madrugada. Silêncio de geladeira desligada.

Ela tentava dormir, mas, como toda boa alma sensível em território alheio, o sono não vinha.

Foi então que ouviu.

CLANG... CLANG... CLANG...

O som de uma corrente descendo lentamente a escada do andar de cima.
Degrau por degrau.
Arrastado. Como se alguém — ou algo — estivesse fazendo questão de ser ouvido.

Minha mãe congelou.
Não gritou.
Não se mexeu.
Só ficou ali, olhos abertos no escuro, esperando a corrente acabar de descer.

Ela não dormiu.
Não aquela noite.

No dia seguinte, tentando parecer casual, ela perguntou:

Nadir... quem mora no andar de cima?

E a resposta veio seca, sem malícia:

Ué... ninguém.

E foi nesse exato momento que minha mãe entendeu:
Nem todo barulho é da casa.
Alguns são do que a casa não quer que a gente veja.

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Publicado por Izanagui
em 16/06/2025 às 03h00
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