Vamos falar agora sobre meu filme favorito de todos os tempos. Não por acaso, é também um dos mais elegantes, sombrios e filosoficamente perturbadores que já passaram pela tela: Entrevista com o Vampiro. Um épico gótico onde a imortalidade não é bênção — é maldição, é prisão, é espelho.
Quem diria que dois dos maiores galãs de Hollywood estariam lá, cobertos de sangue e dilemas existenciais? Brad Pitt, o Louis atormentado, com olhos que carregam séculos de culpa e fome moral. E Tom Cruise, brilhante como nunca, interpretando Lestat — o vampiro hedonista, sarcástico, que dança entre a crueldade e o charme como um maestro da perdição. De bônus, temos ainda Antonio Banderas, etéreo e letal como Armand, e Christian Slater, o ouvinte moderno que talvez esteja mais perto das trevas do que imagina. Um elenco que, sinceramente, faria qualquer alma assinar um contrato eterno com um sorriso.
Mas o que me prende não são apenas os nomes, e sim o tom confessional, quase literário, da história. Louis não conta uma aventura. Ele faz um desabafo. Uma elegia aos séculos, ao amor impossível, à culpa sem redenção. E então surge Claudia — interpretada com maestria por Kirsten Dunst — a boneca de porcelana com olhos de assassina e alma envelhecida à força. Uma criança sem infância, um monstro sem escolha. A prova viva de que a eternidade é injusta, mesmo entre mortos.
Com cenários deslumbrantes, fotografia densa e uma trilha sonora que mistura o sagrado e o profano, Entrevista com o Vampiro é mais que um filme. É um ritual. Um espelho escuro. Uma obra que pergunta: o que resta da humanidade quando o tempo perde o fim?
Este não é um filme de terror. É um poema trágico sobre eternidade, culpa, desejo e solidão. Uma história onde a beleza e o horror dançam juntos — e o sangue, claro, é apenas o começo.
Um verdadeiro filme de vampiro.