Há tanto tempo eu te deixei, chorando,
Fui sem vontade — a morte me escolheu.
Parti em dor, nos braços do vão pranto,
Mas tua lembrança foi o que não morreu.
Mesmo além, segui te procurando,
Pois tua saudade em mim floresceu.
Na escuridão, teu riso foi brilhando,
E o teu olhar foi luz que me acendeu.
Agora volto — espectro, névoa, brisa —
Pra te abraçar no sono mais profundo,
Soprar teu nome como a dor que avisa…
Ah, minha adorada… não deixei o mundo.
Só me tornei a sombra que desliza,
E em teu silêncio, amor, ainda me inundo.