Essa história aconteceu quando eu tinha 13 anos, pouco tempo depois que meu pai morreu.
⠀
Eu dormia num quarto cuja janela dava direto pro quintal. Era uma janela baixa e larga, protegida só por uma grade de ferro e uma tela fina contra mosquitos. Nada que realmente separasse o mundo de dentro do mundo de fora.
⠀
Foi então que, por três madrugadas — não consecutivas, o que deixava tudo ainda pior — eu ouvi passos de chinelo andando no quintal.
⠀
Às vezes devagar.
Às vezes correndo.
Às vezes parando.
⠀
O pior era quando parava. Porque dava pra sentir — não ouvir, sentir — que algo estava ali. Diante da janela. Me olhando.
⠀
O medo era tão intenso que meu corpo simplesmente desligava qualquer impulso.
⠀
Eu não me virava.
Não tossia.
Nem coçava uma picada de mosquito.
⠀
Eu tinha a sensação absurda de que, se eu me mexesse apenas um centímetro, ele saberia que eu estava acordado.
⠀
E o que aconteceria depois disso…
Eu preferia não saber.
⠀
Passei as noites assim.
Paralisado.
Insone.
Esperando o céu clarear e os sons morrerem com o sol.
⠀
Quando amanhecia, eu vasculhava o quintal procurando algum objeto, alguma peça solta, qualquer coisa que pudesse ter feito aquele som zombeteiro de chinelos arrastando.
⠀
Nunca encontrei nada.
⠀
Anos depois, eu ainda não sei o que foi.
Talvez fosse só um ladrão andando na calçada, com o som ricocheteando nos muros e janelas, invadindo o meu quarto como um sussurro mal-intencionado.
⠀
Talvez.
⠀
Mas naquelas noites, o som não parecia vir da rua.
⠀
Ele parecia tão próximo quanto a minha nuca.
⠀
#psizanagui #baseadoemfatosreais #terrorpsicológico #passosnoturnos #janelaabaixo #ouvisso #madrugadamortal
Dizem que na zona rural, as coisas andam soltas demais de madrugada.
O tio do meu concunhado sabia disso — por isso levava a lanterna e a coragem sempre que ia inspecionar os trilhos da linha férrea, mesmo tarde da noite.
⠀
Naquela noite, ele caminhava sozinho pelos trilhos, como sempre fazia.
O vento assobiava fraco entre as árvores, e só se ouvia o farfalhar dos seus próprios passos.
⠀
Até que ouviu.
⠀
❝ CLANG... CLANG... CLANG... ❞
⠀
Um barulho metálico se arrastando pela estrada de terra ao lado.
Correntes.
Arrastando.
Lentas.
Sem passos.
Sem voz.
⠀
Ele não viu.
Não quis ver.
⠀
Se jogou no mato, se escondeu entre as sombras das folhas e ficou ali, imóvel como bicho acuado.
A coisa passou.
Sem pressa.
Sem som de respiração.
⠀
Quando ele teve coragem de se levantar e seguir caminho até o vilarejo, já era quase amanhecer.
Mas a luz do dia não trouxe alívio.
⠀
O que encontrou foram gritos, correria, gente chorando.
⠀
Uma mulher havia sido encontrada morta.
⠀
Pendurada dentro de casa, por uma corrente.
⠀
Ninguém sabia o que tinha acontecido.
⠀
Mas o tio do meu concunhado?
Ele sabia exatamente quando foi.
Minha mãe foi dormir na casa da amiga Nadir.
⠀
Terceiro andar. Madrugada. Silêncio de geladeira desligada.
⠀
Ela tentava dormir, mas, como toda boa alma sensível em território alheio, o sono não vinha.
⠀
Foi então que ouviu.
⠀
❝ CLANG... CLANG... CLANG... ❞
⠀
O som de uma corrente descendo lentamente a escada do andar de cima.
Degrau por degrau.
Arrastado. Como se alguém — ou algo — estivesse fazendo questão de ser ouvido.
⠀
Minha mãe congelou.
Não gritou.
Não se mexeu.
Só ficou ali, olhos abertos no escuro, esperando a corrente acabar de descer.
⠀
Ela não dormiu.
Não aquela noite.
⠀
No dia seguinte, tentando parecer casual, ela perguntou:
⠀
— Nadir... quem mora no andar de cima?
⠀
E a resposta veio seca, sem malícia:
⠀
— Ué... ninguém.
⠀
E foi nesse exato momento que minha mãe entendeu:
Nem todo barulho é da casa.
Alguns são do que a casa não quer que a gente veja.
⠀
#acontecimentoverídico #correntedesconhecida #3damanhã #psizanagui #medodireito #terrorreal #nadirsóobserva
Três da manhã.
A casa está quieta demais.
O ventilador faz um barulho que nunca fez antes. A porta range mesmo estando trancada. O silêncio não é ausência — é espera.
⠀
Dizem que entre 3h e 3h33 é o intervalo em que o mundo dorme com um olho aberto.
Chamam de hora morta. Anti-hora.
O momento em que Deus vira o rosto… e o que está do outro lado espreita de volta.
⠀
É quando os pesadelos se infiltram nas frestas.
É quando você acorda sem motivo — mas alguém estava te observando.
⠀
Se você abrir os olhos às 3 da manhã, não olhe direto pro canto escuro do quarto.
Não porque tem algo lá.
Mas porque pode ter algo olhando de volta.
⠀
E o pior: ele parece saber seu nome.
Este artigo propõe uma investigação especulativa sobre o fenômeno denominado Frequência Dupla, desencadeado quando dois indivíduos vocalizam em harmonia específica diante de um artefato ressonante — identificado aqui como o Mumetal verdadeiro. Em tais condições, manifesta-se o que se convencionou chamar de Janela Reversível: uma abertura psico-matérica que permite a sobreposição de identidades, a troca de memórias transdimensionais e o acesso a estados não-lineares de consciência. Tal estado afeta tanto a fisiologia sutil dos participantes quanto o próprio espaço ao redor, promovendo alterações perceptíveis na matéria vibracional. Como estudo de caso, analisamos a lenda da Pedra do Sino, situada em praias de Ilhabela e Ubatuba, onde fragmentos do suposto Mumetal teriam sido implantados por entidades pré-humanas. Sob condições sonoras específicas, essas pedras geram o chamado Terceiro Som — um som inaudível mas presente, que ressoa não no ar, mas nas marés, nos pensamentos e na memória coletiva da Terra. Este trabalho propõe que tais eventos correspondem a registros vibracionais de origem ancestral, possivelmente relacionados à civilização perdida de Mu, e convida à reflexão sobre os limites entre som, intenção e realidade.