Post Scriptum Izanagui
Já morri em romance, ressuscitei nos contos — sigo em poemas inacabados.
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02/06/2025 03h00
Filmes vampirescos #3: Vampire Hunter D - Bloodlust 2000

O filme de hoje não é só um filme. É uma cripta aberta, um beijo gótico no meio da testa, e também — por que não? — a centelha maldita que me inspirou a escrever um conto chamado "Crossover Sombrio – Parte 2" (e que você pode ler aqui no blog, antes que a sanidade o abandone).

Falo de Vampire Hunter D: Bloodlust, essa preciosidade do ano 2000 dirigida por Yoshiaki Kawajiri — um épico animado em que o futuro virou um cemitério romântico, e a tecnologia decidiu fazer cosplay de gárgula barroca. A história gira em torno de D, um caçador mestiço (meio humano, meio vampiro, 100% introspectivo), que aceita resgatar uma donzela raptada por um nobre vampiro. Só que... surpresa! Ela não foi sequestrada — fugiu por amor. Como sempre, o problema é o amor. E os humanos.

A arte é uma orgia visual: castelos em ruínas, luas em overdose, criaturas que parecem ter saído de um livro de alquimia e espadas que cortam mais do que a realidade. D cavalga pelo deserto como se tivesse saído de um sonho lúgubre dirigido por Poe e desenhado por um artista de heavy metal sueco. E se isso ainda não bastar, ele tem uma boca sarcástica morando em sua mão esquerda. Sim, você leu certo.

Agora, se você quer uma porta de entrada para essa obra, recomendo um videoclipe feito por fãs ao som de “Sequel of Decay”, da banda Tristania. É como ver um funeral vitoriano com trilha sonora norueguesa — melódico, pesado e deliciosamente decadente. Uma combinação perfeita para acompanhar a tragédia de um amor impossível entre um morto e uma quase-morta.

Vampire Hunter D: Bloodlust é mais que um filme: é uma missa negra animada, uma meditação afiada sobre monstros, solidão, romance e as coisas lindas que damos um jeito de destruir. Assista, se puder. E depois volte aqui para me dizer se você também teve vontade de fugir com um vampiro de casaco longo e olhar soturno. Porque, convenhamos... quem nunca?

Publicado por Izanagui
em 02/06/2025 às 03h00
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01/06/2025 03h00
Filmes vampirescos #2: Deixe ela entrar 2008

Deixe Ela Entrar” (2008): um romance sueco fofamente macabro entre bullying, facas e hemoglobina

Imagine crescer em um subúrbio gelado de Estocolmo, ser pálido, solitário, filho de pais desajustados e ainda ter que lidar com valentões que te tratam como saco de pancada. Esse é Oskar, um menino de 12 anos que encontra consolo na mórbida brincadeira de esfaquear árvores e colecionar reportagens sobre assassinatos. Um charme de criança.

Sua vida muda (ou termina, dependendo do ponto de vista) quando conhece Eli, uma vizinha misteriosa que parece ter a mesma idade... e uma dieta peculiar. Spoiler não tão spoiler assim: ela é uma vampira. Mas não dessas estilosas com glitter ou sotaque europeu sexy. Eli é silenciosa, ambígua e depende de um senhor sinistro para coletar sangue fresco em potes de Tupperware.

Entre noites congelantes e conversas esquisitas no playground, nasce um laço entre os dois. Um romance? Uma manipulação milenar? Um plano de RH vampiresco para substituir o velho ajudante que está dando defeito? Quem sabe? O filme não entrega de bandeja. E essa dúvida é o que torna Deixe Ela Entrar tão fascinante: é uma história de amor, de horror, ou de sucessão vampírica?

Com sangue na medida certa (mas o suficiente pra você pensar duas vezes antes de entrar numa piscina pública), a direção gélida de Tomas Alfredson e a fotografia sombria de Hoyte Van Hoytema transformam o filme em um conto de fadas perverso para adultos sensíveis à luz do sol.

Ah, e sobre a clássica regra do vampiro precisar ser convidado para entrar... digamos que o filme mostra de forma saborosamente desconfortável o que acontece quando isso é ignorado.

Deixe Ela Entrar é poesia negra em forma de cinema. Um conto sobre monstros — os de presas e os de carne e osso. E no fim, a pergunta fica: quem está realmente usando quem?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Publicado por Izanagui
em 01/06/2025 às 03h00
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30/05/2025 03h00
Filmes vampirescos #1: Byzantium 2012

"Minha história nunca poderá ser contada.

Escrevo isso várias e várias vezes, onde quer que consigamos abrigo.

Escrevo sobre o que não posso falar: a verdade.

Escrevo sobre tudo o que sei.

Então, lanço as páginas ao vento.

Talvez os pássaros possam lê-las."

 

Se Eleanor é a vampira melancólica que escreve sua verdade em folhas soltas e as entrega ao vento, sua mãe Clara é o oposto absoluto: uma femme fatale de salto agulha e batom vermelho, que sustenta a família (leia-se: o pequeno clã vampírico de duas pessoas) com dentes escondidos e unhas afiadas — não para sugar sangue, mas para arrancar dinheiro mesmo.

Neil Jordan filma Clara como um quebra-cabeça sedutor: pernas, lábios, curvas e sombras. Cada cena parece gritar “olhe para mim!” antes de desaparecer num mar de néon, bordéis sufocantes, parques abandonados, cachoeiras de sangue e corvos dramáticos. É um delírio gótico cuidadosamente coreografado, onde até as decapitações têm um quê de poesia.

Apesar da estética operística, o coração do filme pulsa no drama entre mãe e filha. Bizâncio é, na essência, um rito de passagem cheio de vísceras: Eleanor quer crescer, mas o ninho é um bordel e o vôo envolve confrontar a imortalidade e o uso do corpo como moeda. Para Clara, sexo é ferramenta. Para Eleanor, é tabu. E entre uma cabeçada emocional e outra, vamos descobrindo que o verdadeiro terror aqui não são os vampiros — é a intimidade.

Este é o primeiro de uma série de posts sobre filmes de vampiros. Verdadeiros filmes de vampiros — e não aquela criancice pálida e cintilante chamada Crepúsculo.

 

 

 

 

Publicado por Izanagui
em 30/05/2025 às 03h00
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27/05/2025 03h00
CÓPIA NÃO AUTORIZADA

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26/05/2025 03h00
FENÔMENOS ONÍRICOS #7 - Déjà-rêvé

Spoiler onírico que ninguém pediu.

Você está vivendo sua vidinha tranquila quando, de repente, o tempo tropeça. Alguém diz uma frase. A luz bate de um jeito estranho. Você gira a cabeça. E então, sabe. Não pensa, não desconfia — sabe: “Eu sonhei com isso.

Mas não um “sonho qualquer”. Foi esse momento. Essa cena. Essa pausa ridícula no diálogo em que o vento balança a cortina como se fosse um sinal de fumaça. E é aí que começa a paranoia.

Você experimentou o déjà-rêvé — o primo esquisito do déjà-vu. Em vez de sentir que já viveu algo, você sente que já sonhou com aquilo. E o cérebro, essa entidade cheia de senso de humor duvidoso, jura que é verdade. Não há como provar.

Só aceitar que você é um oráculo dorminhoco.

A ciência tenta explicar com circuitos de memória, falhas de recuperação, e toda aquela conversa mole que usamos quando não temos ideia do que está acontecendo. Mas quem escreve contos sabe: o déjà-rêvé é presságio disfarçado. É quando o sonho escapou do inconsciente e caiu no palco errado — a vida real.

Imagine um personagem que começa a sonhar com detalhes minúsculos do futuro. Nada espetacular: uma xícara quebrando, uma música tocando, uma morte acontecendo com o som exato de um riso. Ele tenta ignorar. Depois tenta controlar. Mas os sonhos continuam. E o que era só uma sensação vira maldição.

O déjà-rêvé é o trailer do destino. O problema é que ninguém te avisou que o final já está escrito.

 

 

Publicado por Izanagui
em 26/05/2025 às 03h00
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